Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nome perfeito para uma sobremesa que é isso mesmo, uma maçã adocicada, com ingredientes simples, fácil de preparar e super saudável. Como a maior parte das receitas que faço, esta também não veio da minha inspiração. Estava no Instagram, quando passei por uma imagem da Iara Rodrigues, nutricionista, com umas imagens de maçãs assadas, recheadas com mirtilos, amêndoa e sementes de abóbora. Li a receita por alto e fiquei com ela em mente. Não decorei os ingredientes e passado umas semanas, num domingo de manhã, lembrei-me de a fazer.
Isto porque nos Domingos apetece sempre algum docinho extra, algo diferente e especial dos outros dias. Em vez de comprar um bolo (por muito apetecível que seja, ainda por cima em França), numa pastelaria, porque não fazer em casa algo tão simples?
Tinha as maçãs e uma saca de mistura de caju com uvas passas (comprada no Lidl). Tinha também o mel, canela e limões. Era tudo o que precisava. Utilizei então:
Para começar, cortei todas as maçãs ao meio (separando o topo da base) e retirei a parte interior das sementes, com ajuda de uma faca. Atenção, para quem tem aquele utensílio de cozinha, removedor dos caroços da fruta, pode (e deve) fazê-lo antes de dividir a maçã em dois, e assim poupar tempo e trabalho.
Deixo aqui uma imagem para que entendam.
Este utensílio é deveras útil, pode ser usado até nos ananases para remover a parte central mais fibrosa.
De seguida, peguei na mistura de frutos e triturei-os. Isto, porque os frutos são um pouco grandes e não iam permitir um encaixe correto das duas partes da maçã. Para que a mistura ganhasse um pouco de ligação, adicionei também uma colher de café de mel. Assim consegue-se uma textura mais firme e torna-se mais fácil de colocar na maçã.
Distribui então por todas as metades e uni as duas partes da maçã, pressionando um pouco em cima para que fiquem bem estáveis. Numa taça à parte, misturei uma colher de sopa de mel, canela e um pouco de sumo de limão. Misturei tudo e espalhei por cima das maçãs. Quem tiver um daqueles pincéis de silicone, aconselho o uso porque se torna tudo muito mais fácil. Et voilá! Prontinho! Coloquei ao forno e para ajudar numa primeira cozedura, tapei com uma folha de papel de alumínio e só depois liguei a grelha superior do forno. Assim as maçãs cozem também pela parte interior.
Dica: Se preferirem, logo no inicio, com ajuda de um garfo ou de um palito, perfurar a maçã por todo, para depois ajudar na cozedura. Quem preferir, pode também adicionar um pouco de açúcar que “ajuda” a libertar um pouco de sumo. No entanto, para uma versão mais saudável, utiliza-se o mel como adoçante natural.
Não utilizei quantidades certas dos frutos, fiz tudo a olho. Mas diria que dois a três punhados pequenos de frutos é o suficiente.
Em vez do limão, pode-se utilizar água para aumentar a dose e/ou para diluir um pouco mais o mel.
Depois de fazer a primeira tentativa, que achei super saborosa, comecei logo a pensar em outras possibilidades, outras combinações. O meu primeiro pensamento foi para a amêndoa, presente na receita original, mas não tinha em casa. Tinha no entanto, frutos vermelhos congelados, que facilitam imenso a vida e podem ser usados de diversas formas. Por isso, nesta segunda alternativa que vos deixo aqui, inspirei-me um pouco na receita do ratatouille: cortei a maçã em várias fatias, deixando o centro intacto, removendo apenas as sementes (menos trabalho e mais rápido que a primeira receita)
Distribui as fatias num tabuleiro e fui colocando o resto dos frutos secos que ainda tinha, partidos grossamente com uma faca. Desta vez, não preparei nenhuma mistura e cobri diretamente as fatias com mel, até todas estarem cobertas com alguns fios. Fiz o mesmo com a canela. Por cima de tudo, distribui abundantemente frutos vermelhos congelados. A vantagem destes frutos é que libertam bastante sumo. Por isso mesmo, para ajudar numa cozedura inicial, primeiro liguei a grelha inferior, e só depois com a grelha superior para dourar as fatias.
P.S.: Espero que tenham gostado! Já teria postado muito mais cedo a receita se tivesse net, mas como alguns de vós sabem, no local onde vivo agora em França, a conexão é muito má. Má no sentido de estar sem internet no PC à uma semana no mínimo. Daí a qualidade das fotografias deixar muito a desejar. Se uma foto destas demora quase 10 min a carregar, imaginem o tempo que levaria a carregar uma foto com boa qualidade! Bom, vou publicar este post antes que fique sem net outra vez! Se gostaram, comentem, ponham gosto e dêem mais ideias!
Esta é uma daquelas receitas que andava literalmente há anos para fazer, bem antes até do famoso filme da Disney! Nessa altura, já eu tinha ouvido falar deste prato super saboroso, saudável e fácil de preparar. O único motivo que me levou a nunca o ter preparado antes, foi mesmo a dificuldade em reunir os vários legumes necessários, com medo que depois se estragassem se a oportunidade certa não surgisse. Digo isto, porque em casa dos meus pais existe quase sempre um “menu” pré-definido… Além do meu pai, que gosta de comida “a sério”, algo que “alimente” e faça “puxar a carroça” e seria difícil de convencer com um “Não, hoje comes só legumes!”. Era giro, era!
Bom, entretanto, o filme saiu e vi-o com muito gosto, adorei, como acho que aconteceu a toda a gente. Toda a história do ratinho, um cozinheiro nato, com um olfato espetacular, que soube preparar como ninguém o famoso prato francês, Ratatouille, deixando sem reação o temível crítico, que se viu a recuar no tempo, aos seus dias simples da infância no campo, onde a mãe lhe preparava os melhores pratos. E é isso mesmo que este prato representa, a simplicidade de tudo do melhor que a terra nos dá!
O dia em que finalmente preparei este prato chegou por engano e coincidência! Sem me aperceber, tinha comprado todos os ingredientes necessários: tomates, courgettes, pimentos (verde, vermelho, amarelo) e beringela, tudo isto sem me aperceber. Pensei, nem é tarde nem é cedo, o jantar está decidido. Atenção que existem receitas com outros legumes, mas a ideia é a mesma: cortar finamente os legumes em fatias (3mm de espessura), para depois as dispor por alternância num tabuleiro previamente coberto com polpa de tomate. Os temperos a utilizar é do mais simples que há: sal para quem quiser, pimenta, manjericão e azeite. Eu coloquei um pouco de ervas na polpa de tomate, e voltei a colocar por cima dos legumes. Depois é só colocar um pouco de queijo ralado, regar com um fio de azeite e forno. É que quase nem suja louça nenhuma!
O resultado foi este e eu fiquei encantada. Sem dúvida que vou fazer mais vezes. Além de ser super fácil e super saboroso, resulta muito bem até como acompanhamento para qualquer prato. Adorei!
Aqui ficam as duas quantidades que usei para duas pessoas:
- 2 tomates grandes
- 2 courgettes
- 1 beringela grande
- 1 pimento de cada (vermelho, verde e amarelo)
Conforme ia gastando as fatias ia vendo qual legume me fazia falta. Não aconselho partir mais do que isto para não partir em demasia.
Depois cobri então o fundo da travessa com polpa de tomate e polvilhei um pouco de manjericão, pimenta e sal fino.
Para dispor as fatias, o que aconselho é que façam primeiro a montagem num tabuleiro, mantendo a mesma ordem de legumes e depois vão pegando nessas porções montadas e colocando no tabuleiro. Mas se preferirem, podem já montar lá directamente. Vai-se dando um jeito de forma a que os legumes façam o redondo desejado da travessa.
Como podem ver eu tive de fazer em dois tabuleiros pois não tinha uma travessa redonda apropriada e grande o suficiente. O único se não que encontro todo o processo é a questão do tamanho das fatias. Todos estes legumes possuem tamanhos diferentes e formas, tornando complicado o corte de rodelas que assentem umas nas outras de forma coerente. Daí o aspeto final não ser tão perfeito como em algumas fotografias da internet. Para que isso acontecesse, acredito que seria necessária uma escolha prévia de legumes com tamanhos semelhantes, e depois de cortados, escolher apenas as fatias ideais. Como não gosto de desperdiçar alimento, só para fazer o “bonito”, utilizei tudo o que tinha.
Futuramente, hei-de fazer muitas mais vezes este prato, sem dúvida! Nem que seja apenas em pequenas porções e com outros legumes. Outro ingrediente que acho que pode resultar muito bem, aqui inserios, são os cogumelos frescos. Sei que não faz parte da receita tradicional, mas aposto que fica espetacular! Para quem quiser uma fonte de energia já incluída, batata doce no meio! De certeza que fica top! Lá está, depois de uma receita, é só dar asas à nossa imaginação e criar!
Ora bem esta receita surgiu depois de eu já ter visto um post no blog da Vanessa Alfaro, de quem eu sou super fã no que toca a receitas inovadores, descomplicadas, e claro super saudáveis. A única diferença é que no blog dela é mini-pizza de courgette, e eu antes optei pela beringela, pela simples questão do tamanho das rodelas. Agora que vivo fora de casa e não tenho acesso às courgettes da horta dos meus pais, enormes, tenho de me aguentar com as do supermercado, que são super fininhas no geral. Então comecei a pensar num legume de textura semelhante, mas com um formato mais arredondado. É certo que ainda existem as courgettes redondas, mas são baixinhas. Decidi experimentar.
No frigorifico tinha restos de pimentos (vermelho, verde e amarelo) que sobraram de umas espetadas que fiz no dia anterior. Tinha também meia cebola, um ovo cozido e cogumelos frescos. É isso, aproveitando o que sobra de uma refeição, faz-se outra!
Comecei então por cortar a beringela em fatias com cerca de 4-5 cm, isto é, de modo a que não fiquem muito finas para que depois da cozedura não se desfaçam, e que também não fiquem muito grossas para que depois não cozam devidamente.
Entretanto, peguei no próprio tabuleiro que vai ao forno, forrei com uma folha de papel de alumínio e dispus as rodelas já cortadas da beringela. De seguida, com polpa de tomate, barrei todas as rodelas com ajuda de uma colher, por exemplo. Pus uma fatia de fiambre em todas (adaptado ao tamanho das rodelas) e comecei a distribuir os legumes picados. Pus os pimentos, a cebola e os cogumelos, tudo partido em porções pequenas. Cortei o ovo em fatias e reparti por algumas das rodelas. No final, cobre-se tudo com queijo ralado a gosto, um pouco de orégãos e já está, uma refeição super rápida, fácil, saudável e até económica.
(tenho de pedir desculpa pela qualidade de imagem)
Dica #1: Alguns de vocês podem estar a pensar o mesmo que eu quando fiz a receita. Estes legumes são ricos em água, e podem não cozer devidamente, ou então ficar tudo a “nadar” em água. Para ajuda a “cozinhar” os legumes, coloquei outra folha de papel de alumínio, cerca de 10 minutos antes de colocar a grelha superior. Assim, as mini-pizzas não ficam crocantes antes de estarem já gratinadas. É só ir espreitando por baixo do papel de alumínio e ver o aspeto dos legumes.
Dica #2: Não coloquem a folha de papel de alumínio por cima muito justa, porque depois o queijo começa a derreter e cola-se, complicando tudo. Deem folga.
Bons cozinhados 😉
Na continuação de explorar um pouco mais a culinária francesa e os seus encantos, dirigi-me a Villeneuve Tolosane, onde tive a sorte de dar com o restaurante “La Promenade” (“A caminhada” em português). Apesar do local ficar um pouco escondido, é bastante acolhedor e com um certo primor na decoração, com a clássica combinação entre os tons negros, vermelhos e cinza. Devo ainda salientar o conforto das cadeiras, algo frequentemente menosprezado no mundo da restauração e que em muito contribuiu para uma refeição agradável. Não tivesse eu a experiência, num restaurante italiano de renome a nível municipal, ter jantado numa cadeira funda de esplanada, que me impedia quase de chegar ao prato. A comida até podia estar boa, mas o jantar ficou logo ali arruinado.
Bom, ainda quanto ao espaço, percebe-se de imediato que existe ali uma dinâmica diferente. Ao passar do hall da entrada para a sala das refeições, a estrutura em si, dá uma sensação inicial de uma antiga casa ou escritório, agora transformado e adaptado à receção de clientes. Só mais tarde é que descobri, após uma breve pesquisa, que o espaço também funciona como hotel na parte superior do edifício. A primeira impressão que tive faz agora sentido. Mea culpa, pois não prestei a devida atenção às escadas que havia logo na entrada.
Quanto ao atendimento, fomos imediatamente recebidos por um jovem servente, muito hospitaleiro e prestável, mas que demonstrava o típico nervosismo dos aprendizes. Gentilmente, conduziu-nos do hall para a sala, onde se encontra a gerente e/ou proprietária (acredito eu), que por sua vez denotava extrema confiança no seu serviço, além da simpatia. Logo ficamos à vontade, numa mesa de decoração simples e agradável. O espaço em redor logo se assemelha ao calor da nossa casa, pelas semelhanças com uma sala de estar. Ao fundo, uma grande janela preenche toda a parede, deixando ver todo o exterior.
Neste momento as mesas e as cadeiras são outras, mais confortáveis.
Já com a carta são apresentados dois menus possíveis, com preços diferentes, onde se incluem entradas, prato principal e sobremesa. Dentro de cada menu é ainda possível escolher entre duas opções. Optamos pelo menu mais simples, acessível por cerca de 20€. Existem claro, mais pratos à escolha, mas o objetivo é experimentar o típico francês local e decidimos apostar numa escolha já pré-definida. A seleção dos pratos para mim é facilitada quando surge a famosa iguaria francesa, fois gras. Como sou contra o fabrico desse produto, elimino logo todas as opções que o contenha (podem encontrar aqui a explicação de como é feito https://pt.wikipedia.org/wiki/Foie_gras, ou para quem é mais corajoso, ir ao Youtube e ver todo o processo).
Ao contrário das entradas portuguesas, onde uma pessoa vai petiscando entre o pão com manteiga, azeitonas, rissóis e afins, na França não. A entrada consiste num pequeno prato elaborado, com menos quantidade do que o principal, e que pode ir desde uma simples salada até à carne ou peixe. Assim sendo, optamos pela “Tête de veau à la sauce ravigote” e só tenho elogios a dar. Consiste num pequeno bife de vaca, da zona do cachaço, com uma carne muito tenra, acompanhada por uma cenoura salteada. A sauce ravigote, uma verdadeira delícia faz a ligação entre ambas as partes e entende-se rapidamente porque é muito apreciada.
(Peço desculpa pela qualidade da foto, mas o meu telemóvel não dá mais xD)
La sauce ravigote
Como prato principal, aí sim, denota-se a diferença, pela maior quantidade e pela apresentação. O prato consistia nuns pequenos bifinhos de vaca, muito tenros e cobertos com molho e ervas. Acompanhar, um “montado” de batata, e legumes cozidos. Tudo no seu conjunto fazia a combinação perfeita, salientando o saboroso creme envolvente das batatas, levemente crocante no topo. Novamente, a quantidade bem doseada é a chave.
Para sobremesa, optei por uma combinação de chocolate, que resultou no culminar perfeito de uma refeição extremamente bem preparada. O sabor da fatia de gâteau de chocolate, fazia lembrar um Ferrero Rocher em forma retangular. O chocolate, nada enjoativo, passava pelo sabor de avelãs, ao crocante de chocolate preto, com um ligeiro toque de doce de framboesa. Mais uma vez, simples, bem feito e com boa apresentação.
No seu todo, posso dizer, que ao contrário de Portugal, as quantidades de comida em França são melhor doseadas. Não há exageros, ficando-se melhor servido com a maior diversidade de sabores, boa preparação e apresentação. A atenção dos funcionários é outro ponto em favor. O facto de durante o almoço começar a cair neve (estávamos em dezembro 17’), tornou este momento ainda mais prazeroso. Devo dizer, sem sombra de dúvida, que foi uma das melhores experiências que tive até agora até agora, incluindo Portugal.
Curiosidade: No final, a gerente, acabou por ter uma breve conversa connosco. Mostrou curiosidade pelas nossas origens portuguesas, falamos de trabalho, da minha recente presença em França e como ainda estava à procura de emprego. Dessa forma acabamos assim a falar jovem servente que nos tinha atendido. Acontece que aqui na França, nos cursos de Hotelaria, durante a componente prática (estágio num local de restauração), existem regras de “proteção” ao estagiário, que ficam a comprometer de certa forma o serviço a prestar. Num breve desabafo, a gerente mostrou o seu descontentamento com a falta de traquejo do jovem, não por culpa dele, mas pela fraca formação teórica. Para além da falta de conhecimentos básicos na arte de bem servir, falava ainda na limitação de tarefas que lhes são permitidas, e ainda dos estritos horários, uma vez que na França não existe o hábito de trabalhar aos fins-de-semana, mesmo na restauração. Havia de ser em Portugal, e mais não digo…
Uh lá lá! Fait attention que vem aí molho!
Ahahah só que não! É verdade, alguns de vós já devem ter reparado que me mudei para a França! Sim, mal acabei a minha aventura nos Açores, parei um mês em casa e iniciei uma nova aventura. A verdade é que estou num misto de entusiasmo e aborrecimento. Entusiasmo porque estou num novo sítio, com uma nova cultura, locais para visitar, nova comida (muito importante!), mas a verdade é que a língua é uma barreira, e isso aborrece-me a valer! É que os franceses não dobram a língua para nada! O que constitui um grande desânimo para a minha pessoa, que só sabe português, espanhol e inglês… Mas pronto, vamos ao que interessa, isto é, as minhas primeiras experiências culinárias em França!
Ora, logo no primeiro fim-de-semana que saí para conhecer Toulouse (cidade mais perto do local onde vivo), a ideia era passar a manhã a passear um pouco pela cidade, almoçar, e à tarde continuar explorar novos locais. Mas, como num típico fim-de-semana descansado, uma pessoa perde a noção das horas, e quando dá por ela, já passa da uma da tarde. Foi aí que o meu estimado estômago começou a dar o alerta “Necessidade de abastecimento urgente”. E claro, sem o estômago mimado, a minha pessoa não funciona corretamente. Começamos a procurar um local para “aterrar”, e qual é o meu espanto, quando acontece algo que nunca pensei de França: a partir das 13:30h os restaurantes começaram a fechar!
Claro, e uma pessoa entra em parafuso!! Como é que pode ser, numa hora destas já não haver comida! Para mim foi um espanto! E vocês estão a pensar “Oh, também estás a exagerar! Vais-me dizer que não havia nenhuma cadeia de fast-food por perto!”. Claro que havia, mas eu gosto de comida A SÉRIO, e não carne pisada no meio de um pão lavado, em que a única coisa que atribui sabor aos alimentos são molhos fabricados.
Bem, no meio de toda a confusão, conseguimos entrar numa “casa” de comida rápida em modo self-service, ao qual eu optei por uma massa carbonara. Grande erro! A massa vinha completamente ressequida, fria, já numa fase de descoloração, e a parte da carbonara consistia num molho peganhento branco, com leves pedacitos de bacon. Pois, uma salada, devia-me ter ficado por uma salada, porque ninguém pode enganar a alface, cenoura e tomate.
Bom, esta foi a primeira experiência, que obviamente não faz a regra! Outra coisa que me custa bastante aceitar ainda, são os preços praticados na restauração. Óbvio, que não estou em Portugal, onde se arranja sempre uma tasca onde servem uma diária, com sopa, sobremesa e café incluídos, por meia dúzia de tustos. Além disso, o ordenado mínimo é quase o triplo do de Portugal, logo faz sentido que os preços sejam mais elevados. Mas custa à mesma!
Bom, num dos últimos passeios que fiz em França, visitei uma das mais belas aldeias deste país, Saint-Bertrand de Comminges, que sem dúvida faz jus ao seu título! Acabamos por almoçar num simpático restaurante com uma decoração mexicana engraçada, onde fomos servidos com pratos tipicamente franceses. O menu consistia em poucas ofertas e dividido em duas partes: uma das possibilidades são pratos simples, em modo “tapas”, isto é, o prato consiste numa fatia de queijo, uma rodela de fois grás, presunto, salada e batata frita. Depois, pode-se substituir o foi grás, por pato, ou entrecosto e a salada e as batatas mantêm-se. Ou seja, três opções nesta primeira parte. A outra oferta são as galletas ou crepes de milho salgados. Não se deixem enganar pela forma como isto soa, porque é bastante bom. Foi o que eu pedi, um crepe grande que vinha recheado com fiambre, cogumelos, creme fraiche e um ovo estralado. Muito bom e a um preço bastante acessível. Outro aspeto já a favor da França é o facto de o pão e a água sem oferecidos!
Já agora tentei fazer a imitação do que comi no restaurante em casa e ficou assim:
Já agora, outro aspeto bastante engraçado é o facto de serem permitidos animais (cães que eu tenha visto) dentro do restaurante. E eu não estou a falar dos clientes. Estou a falar de cães da casa, que se deixam vaguear pelo meio da cozinha até por entre as pernas dos clientes como se nada fosse. É verdade! Isto em Portugal era encerramento certo, ASAE logo em ação! Mas não aqui e tudo é tranquilo. Bom, para já as experiências são estas! Fiquem atentos aos novos posts e despeço-me com um vídeo para mostrar a aldeia de Saint-Bertrand de Comminges!
Bom, a viagem para os Açores começou então em Abril. Tive de embarcar no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com hora prevista de chegada às 12:30h no Faial. Saí do continente com temperaturas a rondar os 30ºC e mal cheguei, tive um vislumbre do que era os Açores: húmido, frio e com muito nevoeiro! Obviamente que estas são as condições normais de um dia inverno não é? Mas para grande surpresa, as coisas mudaram do nada! A casa do “trabalho” por assim dizer, onde a equipa dos observadores ficava hospedada durante a formação, situava-se na Madalena, na ilha do Pico (ilha muito próxima do Faial, para quem não sabe).
Bem, qual é o meu espanto, que ao lá chegar (de ferry claro) a temperatura estava bastante agradável! Havia até umas piscinas encaixadas na escarpa das rochas, perto de casa, ou seja, o verdadeiro show! “Nem é tarde nem é cedo, com este calor, vai já um mergulho!” E assim foi! Eu e outro conterrâneo nortenho, habituados ao “quentinho” da água atlântica, lá fomos! E não é que fomos logo testados com a famosa “quatro estações num dia”?! No final do banho, em águas ainda um pouco fresquinhas, eis que se levanta assim um vento, que nos obrigou a um recolher antecipado. Isto, ao mesmo tempo que o sol se ia encobrindo… No final da tarde, a visão da janela era o autêntico inverno puro e duro!! Nessa mesma noite, se quis ir tomar um cafezito ao nosso spot Via, só de quispo, sim, quispo! Inédito! Tudo isto no mesmo dia! E querem saber o resultado?! Uma ganda constipação claro ahahah
Durante duas semanas tivemos então formação no Faial, no DOP – Departamento de Oceanografia e Pescas, o que implicava fazer duas viagens por dia de barco, do Pico para o Faial e vice-versa. Estas viagens duram cerca de meia hora e são asseguradas pela companhia de transporte marítimo dos Açores, a Atlanticoline, e os navios que fazem a ligação entre as duas ilhas são o Gilberto Mariano e o Mestre Simão.
Pode dizer-se que são navios bastante compostos, com três pisos, dois fechados, com bancos confortáveis, onde há bar, TV, mesas e Internet disponível, e o topo, aberto, para se apreciar a paisagem dos ilhéus.
Tem ainda espaço para levar alguns carros e bagagem, para quem se encontra de viagem: sim, existe uma espécie, de mini check-in nas zonas de embarque, onde se pode colocar toda a bagagem que quiser, sem custos extras e eles carregam-na por ti, top! É só apresentar o bilhete de embarque e está feito. No entanto, existe um fator contraditório à cultura portuguesa, que é… Os barcos saem sempre à hora exata!! Mas exata mesmo, quando às vezes não sai tipo 1 ou 2 minutos antes… Deveras impressionante! Não é como no continente, onde às vezes se esperam horas e querem lá saber…
E agora devem estar a pensar: “E então o mar? Como eram as viagens, calmas ou agitadas?” É assim, por norma, o mar dos Açores é como uma mulher bipolar: no verão é super calmo, no inverno é extremamente assustador… Mas, claro que podem haver exceções, e no meio dos dias bons, lá vem um menos bom, e sim, é o suficiente para que estes barcos durante as travessias entre ilhas se mexam um pouco… Levando as pessoas a chamar pelo gregório :D
No meu caso, cheguei a apanhar dois dias de mau tempo, até porque davam alerta amarelo ou laranja e nesse caso ponderou-se se os barcos sairiam ou não. Saíram e não houve problema nenhum, apenas, agitação bastante.
A formação em si, contou com a colaboração de vários professores e investigadores do DOP, que nos deram conteúdos sobre as espécies marinhas que devíamos dominar, como os cetáceos, as aves, as tartarugas e claro está, as espécies piscívoras. Tivemos ainda que saber quais as zonas marítimas protegidas, o estado do clima e como funcionam as correntes, a influência da temperatura e ainda fazer umas sessões práticas de segurança no mar (que vai dar direito a um post inteirinho claroooo!)
E antes de embarcar foi basicamente isto, aqui ficam algumas fotos entre a Madalena e a Horta, por onde passava normalmente.
Olá olá gente! É verdade, tanto tempo sem escrever nada! Parece que foi na outra vida que escrevi pela última vez… Grande erro, mas assim foi! Bom a verdade é que estou de volta de uma grande aventura que conto partilhar convosco. Por isso mesmo criei esta nova secção de onde vou colocar todas as histórias que vou partilhar!
Para quem não sabe do que estou a falar, eu estive nestes últimos seis meses, de Abril até Setembro a trabalhar nos Açores como observadora do POPA. Para quem tem mais curiosidade sobre o programa pode pesquisá-lo facilmente no google! Mas, basicamente, consiste no controlo da pesca do atum (sim, do atum que aparece nas latinhas que todos comemos), registando todo o tipo de dados que se possa imaginar: desde o número de pescadores; número de peixes; tamanho dos mesmos; hora que se começa; hora que se acaba; tipo de pesca; isco usado; posição; temperatura; bahhhh um sem fim de coisas! Depois farei um post sobre um dia completo! Para quem estiver interessado no programa, sempre se pode candidatar para a próxima época! Se aconselho? Coiso… Manda mensagem privada para falarmos ahahah!
Bom, acabando de responder à verdadeira pergunta que todos se devem estar a pensar “Então, pera aí? Queres dizer que estiveste seis meses em barco de pesca… Pesca, pesca?! Com pescadores?! Mas havia lá mais alguém, ou eras só tu?! Eras a única mulher lá no barco?!” Simmmm a todas!! Durante QUASE todo esse tempo vivi em barcos de pesca, eu e os pescadores… Em alto mar… Daí a aventura!!
E daí eu estar a escrever apenas passado um mês do meu regresso, porque me encontrava numa espécie de “ressaca”, em que me tentei reinserir na sociedade com coisas muito simples como:
Tomar banho numa banheira uoooouuuuuuu!!
Pintar as unhas, só para me sentir bem comigo mesma!
Mudar de brincos, parece estúpido eu sei, mas sabe super bem voltar a ter domínio numa escolha tão simples!
P.S.: Os caranguejos fazem todo o sentido!
Arranjar o cabelo, e esta tinha mesmo que ser ahahah!
Maquilhar-me, só para me voltar a sentir mulher!
Dormir numa cama onde posso dar duas voltas seguidas… I-NEX-PLI-CÁ-VEL!!
Ter uma almofada confortável… IM-PA-GÁ-VEL!!
Acesso a um espelho a sério, parece fácil mas não é… Um espelho onde se consegue ver claramente a nossa imagem é bom para evitarmos imagens medonhas de nós próprios… Agora pensem 😉
Sentar num sofá confortável… Bem… Melhor sensação de todos os tempos!
Ai a comidinha caseira!! Nossa!! Sonhei tanto com ela que quase nem acreditava!
Bem, podia estar aqui num sem fim de exemplos como é óbvio, mas realmente a sensação que tenho é que vivi numa espécie de mundo à parte! Voltar a casa, sentir que se está onde se pertence, com a família, amigos (e os de quatro patas também claro!!) e colegas, foi sem dúvida a melhor sensação de todos os tempos!
Esta é uma daquelas receitas ótimas para nos enganarmos a nós próprios, como se fosse uma “cheat meal”! Para além do aspeto final fantástico, que só isso faz crescer água na boca, é muito saborosa, e com os ingredientes certos, conseguimos um prato super equilibrado, sempre dependendo das nossas escolhas e imaginação! Só tem um senão, e aviso desde já, dá um pouco de trabalho e um certo cuidado a manusear as courgettes.
Ingredientes:
- 2 courgettes tamanho médio
- 2 latas de atum pequenas ou 1 grande
- Cogumelos
- Queijo
- Legumes variados: cenoura, alho francês, pimentos, tomate, cebola, alho
- Azeite
- Ervas aromáticas
- Sal
Elaboração:
E está! Tal como disse, esta receita leva um pouco de tempo e algum cuidado, mas o resultado é espetacular! A nossa imaginação e vontade dita o “peso” do prato, isto é, todos os ingredientes estão sujeitos a uma escolha prévia da nossa parte. Fica ao nosso critério, se o atum é ao natural ou em óleo, se o queijo é mais forte ou mais leve, se o acompanhamento é uma salada ou uma massa. Além das quantidades colocadas.
O recheio também pode perfeitamente ser substituído! Em vez de atum, podemos colocar carne picada, em vez de legumes, podemos colocar um pouco de chouriço ou bacon, e assim conseguir mais sabor (fica incrível!). Para os vegetarianos, é só optar unicamente pelos vegetais! Azeitonas, milho, quinoa, soja, são outros exemplos de extras que se podem acrescentar ao gosto de cada um.
Quantidades, raramente ponho! Quando cozinho faço tudo a olhómetro, literalmente! Esta receita dá perfeitamente para duas pessoas e ainda sobra, depois é só jogar com a porção de recheio preparado. Legumes frescos garantem mais sabor e melhor texturas do que os congelados. Espero que gostem!
Bom, se na história anterior a centopeia foi a protagonista do momento, nesta, a personagem principal passa a ser um aracnídeo, o que para mim, não é nada bom!
A seguinte história passou-se então já há algum tempo, teria eu uns 17/18 anos. Era verão, e eu estava em casa, num momento em que estaria a tomar banho, com a porta entreaberta devido ao calor... Ora, como vivo numa casa pequenina, com uma só divisão destinada aos atos de higiene, vi-me obrigada a deixar entrar a minha mãe, por uma questão de urgência. Este foi então o momento do ínicio da desgraça!
A minha mãe entra, começa a arranjar-se, penteia-se e como de costume, nos entretantos, analisa com olho microscópico todos os pormenores em seu redor. E não é que logo havia de estar uma aranha, lá no cantinho da parede oposta onde eu estava? Ah, mas não é uma aranhinha qualquer, daquelas de pernas finas com jeitos de bailarina! É uma daquelas senhora aranha, muito fofinha e peludinha, de cor negra carregada e bem constituída, acima dos 5cm. O que traduzindo para a minha pessoa, se torna num atentado emocional... Isto, porque, quem me conhece, sabe da minha dificuldade, por assim dizer, em aceitar os pêlos e a velocidade com que esse bicho se mexe... Para ajudar a entender a situação, aqui fica um esquema (Made in Paint, nunca falha!).
ok, no momento em que me apercebo da aranha, todo o meu ser entra numa espécie de transe, tipo Matrix, onde tudo acontece super lento e eu tento encontrar a solução mais eficaz. Felizmente sou bastante boa nisso, e a resposta parecia óbvia: se o bicho ficou quieto até agora, não vai ser neste momento que se vai mexer e eu vou sair daqui o mais rápido possível! Este plano tinha tudo para funcionar, não fosse a presença da minha mãe... Pois! É que ela possui digamos, um instinto incontrolável destruidor da bicharada... E eu parece que adivinhei! Conforme olho para ela, era isto:
Tal e qual que nem uma menina a receber doces!! Até os olhos brilhavam!! Não perdi nem um segundo e avisei-a, "Nem penses que vais sacar do chinelo e começar à chinelada dentro da banheira, comigo aqui! É que nem pensar". A sua resposta: com toda a calma, olha para mim, e sai da casa-de-banho sem me dizer nada... Isto é um sinal de que algo muito grave se vai passar!! Eu sabia!! Por isso mesmo, regresso ao chuveiro e tento despachar-me o mais rápido possível... Mas tarde de mais, pois ela estava de regresso e acompanhada por nada mais, nada menos, que um inseticida!!
Antes que eu conseguisse sequer gritar um "Nããããoooo!", o botão foi pressionado e dali a 5 segundos, a aranha reagiu... Era o meu fim, eu nem queria acreditar, eu já estava a imaginar o cenário do Aracnofobia (1990) acontecer-me na vida real:
Lá começa a aranha, cambaleante, a percorrer aqueles 2,5m que nos seperavam... Conforme a distância encurtava, os meus gritos aumentavam, assim como os insultos de todo o tipo... Eu queria fugir, mas nem sabia como, tinha medo de me mexer e a minha solução foi encostar-me o máximo possível à parede atrás de mim. Era esperar pelo pior... A aranha estava cada vez mais perto, até que!!... Começou lentamente a baixar do teto, em direção à banheira!! Ia acontecer, eu ia ter uma aranha daquelas a tocar-me, enquanto estava numa banheira... Cenário mais negro que isto impossível!! De repente!! A aranha, desprende-se totalmente do teto, cai na banheira na forma de um novelo negro e segue para o ralo... sem me tocar... eu nem queria acreditar na minha sorte... Respirei fundo, de alívio e olho para a minha mãe, que tinha a seguinte expressão:
Para ela tudo correu dentro do planeado! O alvo foi atingido e eliminado, tal como previsto, e a casa tinha menos um parasita! O meu estado de loucura, agonia, raiva e desespero, explodiam ao mesmo tempo, deixando-me sem reacção possível, pois nem queria acreditar na situação que me tinha acontecido... Saí da banheira e em tom baixo disse "Nunca mais voltas a entrar na casa-de-banho enquanto eu cá estiver!".
Nesse dia, a minha mãe seguiu a sua vida, satisfeita com o seu ato louvável (só que não), enquanto eu, permaneci em estado de choque por mais uma hora. Desde então, até ao dia de hoje, nunca mais tomei banho com a porte entreaberta, esteja frio ou calor! Não vá ela considerar tal ato como uma espécie de convite "Podes entrar quando quiseres!". Não! Nem pensar! A verdade é que ela ainda hoje entra, mas só e só se, após um devido inquérito da minha parte, não houver outra solução! Mas atenção! É entrar e sair. Sem mais extras!
Honestamente, este pode ser um dos snacks mais saborosos que já provei! E claro, fácil, rápido e económico.
Ingredientes:
Talvez para a próxima!
3. Depois de deixar as tostas arrefecer, barro com guacamole e coloco o ovo por cima, meio ovo em cada tosta.
4. Para dar um pouco mais de criatividade, acrescentar um pouco de fiambre às tostas e adicionei umas ervas.
Feito! E super delicioso! Ótimo para um snack, ou até para um jantar mais leve. Também deve ficar muito bom com uma salada de tomate acompanhar. Tudo parte da nossa imaginação! Experimentem e garanto que vão adorar!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.